sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Desapego

Encarar a face vívida de suas contrárias expectativas
Desmascarar sentimentos encorpados em mesas estranhas
Confrontar desafios interiores exaltados em palavras desconexas
Vivenciar instantes perpétuos insignificantes perante a verdade
Querer afogar-se em meio a pensamentos inertes nostálgicos
Agir, não agir e deixar-se levar por não sofrer
Descobrir-se e deixar energicamente fluir o natural
Sentir o imperceptível e suas constantes mudanças de humor
Saciar o ínfimo e postergar as vicissitudes inconstantes
Ser ário, único e indivisível. Ser simplismente humano

Uma boa música faz bem 06

Solto no Tempo - Ortinho

Correu solto no tempo, saltou
Tropeçou, se estendeu, levantou
Levou grito, pisada e gemido
Ficou doido e girou sem sentido
De tristeza caiu na risada
Bebeu muito e chorou na calçada
E corria sem ter direção
Com vontade e sem nenhum tostão
Era feio feito um bicho diurno
Um boêmio, um cantor vagabundo
Foi poeta, ladrão, escritor
Só vivia falando em amor
Acordava sozinho todo dia
Em colchões que ele não conhecia
Tremia pra tomar cachaça
E vivia atuando na praça
E agora nego, Diz aí o que tu vai fazer
Esmagaram tua vida, inflamaram a ferida
O que é que tu vai dizer
E agora nego, Diz aí onde tu vai parar,
Riram da tua risada, cuspiram na tua cara
Acenderam uma vela,
Espera o vento apagar
Espera o vento apagar...

Caruaruense, recifense, paulista, novaiorquino, suburbano, sofredor. É assim que os grandes artistas encaram a realidade do processo criativo.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Margens da mesma estrada

Lixão de Agrestina - PE





Cíclico

Diariamente passo em frente a uma mesma janela.
Nos mesmos horários, a visão é a mesma. Até quando?
A fragilidade da vida se mostra como uma armadilha.
Armadilha do tempo. Armadilha da vida.
Fomos feitos para quê?
Aprendemos que a equação se resume a nascer, crescer e morrer.
Nascer em função. Crescer em função. Morrer.
Trabalhar, mínimo contato proximal com família
Criar uma família baseada em obrigações, contratos e termos de conduta
Seguir perfis, acatar padrões e viver condicionado à manipulação
Manipulação orientada, ordenada, desordenada, desorientada.
O ego em sobreposição do Eu
O ego em superposição do ser
O ter em razão do ser e não o ser para ser
O que precisamos aprender.
Está tudo à disposição.
Está tudo nos livros, nos bits, na energia, na vibração
Está tudo em todos.
Somos. Estamos. Vivemos e existimos.
A retórica pergunta do porquê... ficará sem resposta.
A única certeza é morreremos. Assim será dado início a um novo processo.
Passarei na mesma janela e ....
A fragilidade da vida se mostrará como uma mesma armadilha.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Devaneio musical

Decidi escutar algo entre 20 e poucos gigas para escrever.
Refuse Resist toca em modo repetitivo. Vivemos sitiados. Uma volta à noite logo revela olhares apreensivos, instaurado medo entre o sorriso que disfarça insegurança. Nossos livros não abordam a realidade criminal. Alguns lançamentos trazem películas com o teor Tropa de Elite. A polícia civil decreta greve. Em média trabalhamos 140 dias num ano para pagar impostos. A educação, uma falácia. O ensino superior e suas avaliações MEC(Q)Ianas. Na Tv, nada produtivo, eu com uma puta dor de cabeça, o Sistema de saúde particular mostra-se pior que o póblico e esperamos anciosamente o NAtal, compras de fdano e o carnaval. Como diria Luiz Melodia.... "Carnaval, carnaval, eu fico triste quando chega o carnaval".
Quem puder assistam cinema, e brasileiro, de preferência. Pelo menos, Alceu Valença traz da capital capital para o Fdmundo. Espero A Luneta do Tempo procurando pela Noite do espantalho.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Lead

O voal preto bloqueia
O impiedoso tempo mártir
O dia mudou o tom
A meia sola chinelos
A tosse sertão amarga
O assento leito vaga
O vestígio vida perdida
O elétron móvel decorado

Não temos mais amigos para conversas
Não temos mais tempo pra famílias
Não temos mais paciência pra filmes
Não temos mais emoções para canções
Porquê tudo é tão bonito e verdadeiro
O quem você tem de mim agora?
O que eu realmente preciso?
Tantas perguntas perdidas na imensidão desse ar

Rarefeito
Sujo
Inóspito
Sem sentido
Insensível
Devaneio
Não se giram mais sóis amarelos.
Não mais redes nas varandas.
Por que?