quarta-feira, 16 de abril de 2008

Junio Barreto ou Fábio Júnior - Cultura de rua ou casa de shows

Na grande enciclopédia virtual, diga-se de passagem uma ótima forma de interação entre povos e culturas, o termo 'Cultura' mostra seu significado da seguinte maneira: (do latim cultura, cultivar o solo, cuidar) é um termo com várias acepções, em diferentes níveis de profundidade e diferente especificidade.

No popular, que já traria outra discussão sobre "popular", a cultura é toda manifestação produzida, seja ela simbólia ou material. ou em outros termos como: "na percepção individual ou coletiva da identidade, a cultura exerce um papel principal para delimitar as diversas personalidades, os padrões de conduta e ainda as características próprias de cada grupo humano"

Mas venho trazer um bom exemplo - seguido de um mal exemplo - que infelizmente, ainda encontra-se arraigado em mentes férteis.

Um artista não-popular, visível à uma minoria, que em sua maioria, se dá por possuir um nível de escolaridade mais aguçado - não diria mais intelectual, vem a sua cidade mãe, e aqui faz sua primeira apresentação musical natural.

Com ritmo marcante que mistura um pouco de ácido lisérgico, com uma pitada de surrealismo, muita poesia, drum bass e amigos bons em instrumentálias, a apresentação de um notável compositor registrado como Junio Barreto, leia-se junio, encantou um público vibrante que faxeia dos 15, acredito que tinham menores, aos 80, possivelmente, maiores também.

Ao mesmo tempo que esta minoria, que em sua maioria preferiu assistir as performances sem tecnicamente estarem presos a nenhum compromisso relacionado à aquisição ao direito de sentar-se em locais provilegiados, camarotes, mesas privilegiadas, cercas, apartheid, segregação, ou algum outro sinônimo mais convicto(R$ 100,00 p/4). Acaba por ver um show de ângulos desproporcionais, incômodos e preconceituosos.

Uma pena para um evento tão bonito. Nosso ilustre visitante, filho, e convidado foi educado suficiente, ao ponto de convidar, todos da festa, em um determinado momento, para a integração que marcaria o final de sua apresentação em sua cidade natal.

Pontos positivos:
- Novas vias e oportunidade
- Novos canais de divulgação cultural.
- Boa música
- Gente bonita e inteligente

Pontos negativos:
- Produção cultural com fins e níveis mercadológicos.
- Cerveja a três reais
- Apartheid musical, social, racial, al al al ...
- Falta de educação com horários

Aprendi uma lição e tento fazer meus deveres da maneira certa:
"Eh melhor ganhar pouco e continuar ganhando, do que ganhar muito de uma única vez"

Quem sabe não vemos mais vezes o rock elétrico de Almério, a Simplicidade Genial de Rogéria, e tantos severinos fazerem seus espetáculos à parte.

Junio, caso leias este post, "vc eh PHODa com PH de Farmácia mermo". PArabéns e Sucesso.

Para a produção, muito competente em distintos aspectos fica a dica de Lembrar que: "O ato de cultivar da maneira certa permite semear e colher os frutos desejados, no nosso caso bons frutos".

Fomos assistir Junio e pareceu que estávamos em frente ao Fábio Júnior com tanta gente metida fedendo a perfume.

O valor da mesa não é caro pra mim. E até o é... mas pergunto... Onde está a democratização da cultura?

Um comentário:

Alvin Squirrel disse...

Eu sou burro... burrinho... nao tenho um pingo dessa escolaridade mais aguçada por que eu acho junio barreto, bem como almerio, um saco do tamanho do trem (parafraseando Cardinot) e em face de musicas como as tais apresentadas naquele dia eu prefiro (e como) escutar 10000000000 vezes artistas considerados pelos "intelectuais" um lixo da musica brasileira, tais como Waldick Soriano, Elino Juliao, Barto Galeno e Reginaldo Rossi... Eu sou burro, burrinho...