... "Santo de Casa não Faz Milagres"

Como ‘Post’ inicial trago a problemática da carência cultural vivida por quem está de dentro da máquina. No último dia 10 de junho, data de aniversário de nascimento da pessoa que mais trouxe repercussão positiva para a cidade onde vivo, o fato , concreto por sinal, foi o esquecimento das comemorações da data que deveria ser festiva.

Vitalino Pereira da Silva, mais conhecido como Mestre Vitalino do Alto do Moura de Caruaru foi esquecido e ninguém comemorou, ou sequer lembrou, da data de nascimento deste ícone da cultura ‘retrógrada’ da nossa Terra amada, a Cidade dos Avelozes. Autoridades, imprensa, admiradores da arte do barro esqueceram de lembrar do possível aniversário de 98 anos do Mestre.

A primeira foto que postarei, em indignação, é uma composição de um dos maiores fotógrafos e etnólogos, brasileiro, se podemos assim declarar. O Francês Pierre Edouard Leopold Verger, brasileiro de coração, em uma de suas andanças, cruzou a cidade de Caruaru e registrou magnificamente com sua Rolleiflex o senhor Vitalino Pereira, aos seus 38 anos, em frente a sua residência, a qual ainda hoje funciona como museu da representatividade do homem que possui registro até no museu do Louvre, cidade natal de Pierre.

Olhares de fora percebem o que quem está de dentro não consegue enxergar. A sensibilidade está como o cheiro do haleto de prata da película. Só quem ama sente. A mídia ou o capitalismo não vê.

Espero ter plenas condições de estar trazendo, fundamentalmente, a crítica, a crônica e a memória visual, além de comentar assuntos sem maiores discussões políticas. “Infelizmente Santo de Casa não Faz Milagres”.

Vitalino faleceu aos 54 anos de idade, em 20 de janeiro de 1963.