segunda-feira, 4 de maio de 2009

Desabafo

Achamos que superamos momentos difíceis. Achamos que esquecemos perdas. Sempre pensamos que somos mais fortes do que parecemos. Nunca fomos, somos ou superamos. Achar que os piores momentos ainda virão é tentar falsear a improbabilidade da dor. Dor que não sara, que não some, que se disfarça e se esconde e que ataca quando estamos sós. Vazios, vulneráveis. A pior dor é aquela que devasta por dentro. Diferente de uma oportunidade perdida, ou seria igual. Falar de perda é perder um momento de não falar. O sono após o pesar é o consolo do presente. A falta que nos faz aos olhos não contenta com as poucas fotografias sobre móveis, imóveis. O sono do coma consome. A cor da lembrança é pálida. A vida é como uma manhã de julho. Passa e deixa saudades. Tanto tempo junto pouco tempo só. A falta que teu sorriso deixou, ainda não encontrei na luz rebatida na parede. Meu martírio foi tentar ajudar e decidir. Como ja disse uma vez o poeta. Queria que estivesse aqui. Quando puderes apareces e vem me vê.

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